"Dentre os inúmeros fracassos, escolhemos aqueles que menos comprometem nosso orgulho: aqueles com menor capacidade de frustrar-nos. Escolhi fracassar na arte, na religião e com as pessoas. Na arte, fracassei (percebi isso de repente, agora mesmo) por não acreditar que a personalidade humana é descontínua. ("Seriam as pessoas", escreveu Pursewarden, "contínuas em si, ou será que somem, desaparecem e ressurgem novamente de forma tão veloz que temos a ilusão de características contínuas, como nas imagens trêmulas dos velhos filmes mudos?") Como não acreditava na autenticidade das pessoas, não era capaz de obter sucesso ao representá-las. Meu fracasso religioso? Bem, nunca achei validade alguma em religiões cuja doutrina contenha o menor indício de uma chance de reparação - e qual delas poderia escapar dessa acusação?"
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 185-186)
sábado, 12 de maio de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
So if you have something to say, say it to me now