
"LUÍSA - Zelda e Fitzgerald podiam ser qualquer Rosa Triste ou Lírio do Campo... Não somos nem melhores, nem mais originais, Sérgio... fomos apenas mais pedantes que esses pobres amantes de escritório... a diferença está na cultura geral, num tipo de ambiente de trabalho que se pretende muito melhor e mais interessante que os demais...
SÉRGIO - Você está querendo me dizer que o único momento realmente poético e grande na minha vida não passou de um capítulo de telenovela mexicana?
LUÍSA - O que está acontecendo com você? Crise da meia-idade?
SÉRGIO - Eu estou em crise desde que nasci! O que eu não aceito é que você me venha com esse ar distante e superior, reduzir o nosso caso a um nitrato de pó de merda!
(Luísa ri)".
(Teatro Completo -
Maria Adelaide Amaral, peça: De braços abertos, p. 185, Ed. Global)