segunda-feira, 30 de abril de 2012

da memória



"Coisas que as crianças vêem e armazenam na memória; mais tarde fortalecem ou desorientam suas vidas".

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 60)

domingo, 29 de abril de 2012

algo tão instável quanto as palavras


 "É inútil reviver tudo isso usando algo tão instável quanto as palavras. Recordo-me dos mínimos detalhes de tantos encontros; vejo uma espécie de Justine composta escondendo sua avidez pelo saber, pela força concedida pelo autoconhecimento, sob a máscara dos sentimentos. É triste, mas chego a perguntar-me se algum dia cheguei realmente a emocioná-la - ou se, para ela, existia apenas como um mero laboratório."


(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 69)

sábado, 28 de abril de 2012

da pedra

"Quero apenas registrar as coisas de forma crua e simples, sem estilo algum - sem gesso nem cal; pois o retrato de Justine deve constituir apenas de reboco, deixando à vista sua honesta estrutura de pedra."
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 80)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

dos ossos

Eric Mencher
"Percebi então a verdade sobre todo o amor: é um absoluto que tudo toma ou tudo perde. Os outros sentimentos, a compaixão, a ternura e assim por diante, existem apenas de forma periférica e pertencem às construções da socidade e do hábito. Ela, porém - a austera e impiedosa Afrodite -, é pagã. Não toma para si nosso cérebro ou nossos instintos - mas nossos ossos."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 101)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

da elegância

Gustave Courbet
"(...) como poderia ter percebido? Sabia que ele era infeliz; mesmo que não fosse, sentiria-se obrigado a simular alguma infelicidade. Espera-se que todos os artistas cultivem uma certa infelicidade; é elegante."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 109

quarta-feira, 25 de abril de 2012

preciso reinventá-lo para trazê-lo de volta à vida

 "Seu retorno... (...) deixou-me um tanto perturbada: desfiz-me em vários pedaços e ainda não consegui recobrar todos eles. Confesso que estou desconcertada. Vivi tanto tempo com você em minha imaginação - é um lugar solitário - que agora creio ser preciso reinventá-lo para trazê-lo de volta à vida. Talvez eu tenha passado todos esses anos deformando você, pintando seu retrato para mim mesma. (...) Ainda não reuni coragem suficiente para confrontar a verdade com a realidade; tenho medo."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Mountolive. Ed. Ediouro: 2006, p. 124)

terça-feira, 24 de abril de 2012

irremediável


 "Posse de um coração humano - doença sem remédio".

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Mountolive. Ed. Ediouro: 2006, p. 142)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Libertei um livro

Aeroporto Galeão, Rio - 23/04



Quarta edição do BookCrossing Blogueiro, o convite veio daqui

Encontro literário - 25/04



http://www.pensamentoearte.com.br/evento.php?id=11

Literatura e cinema: diálogos

Marçal Aquino, Marcelo Moutinho (curador), Marcelo Janot (mediação), Guilherme Fiúza

25/04, quarta, 19h30 

  

Biblioteca Popular Municipal de Botafogo

Rua Farani, 53 - Botafogo
Tel: (21) 3235-3799

 

alimento



"(...) percebi que a dor era o único alimento da memória: pois o prazer encerra-se em si mesmo..."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 70)

domingo, 22 de abril de 2012

vamos lá...

"Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo."

(Caio F. in: Morangos Mofados)

sábado, 21 de abril de 2012

entrem

Leitores estimados,
Não há nenhum vírus no meu blog, podem entrar.

é tarde, é tarde, é tarde

"Então baixou a pressa.
Não tinha mais um dia a perder, pois embora fosse muito cedo, começou a suspeitar que era também desesperadamente tarde demais."

(Caio F. in: Morangos Mofados)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

das flores

"Quando se colhe uma flor, a haste treme e retorna à posição inicial. Não se pode dizer o mesmo dos transtornos do coração."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Balthazar. Ed. Ediouro: 2006, p. 19)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

das leis do amor


"De certo modo, ele realmente era o homem certo para ela, mas como você deve saber, a suposta pessoa 'certa' sempre chega  cedo ou tarde demais; é uma das leis do amor".

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Balthazar. Ed. Ediouro: 2006, p. 94)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

outras perspectivas



"Comecei a enxergá-la sob outra perspectiva; alguém que poderia muito bem destruir a si mesma com um excesso de coragem equivocada, renegando a felicidade que, como todos nós, desejava alcançar como objetivo de vida."

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 70)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Por trás de tudo aquilo, porém, eu julgava detectar algo mais.



"Estava enganado. Havia em seu interior alguma espécie de nós que ela buscava desatar, e a tarefa estava muito além de minhas habilidades de amante ou amigo. Sem dúvida. Sem dúvida. (...) Por trás de tudo aquilo, porém, eu julgava detectar algo mais. De certo modo ela não estava em busca de vida, mas de alguma revelação integradora que lhe concedesse um sentido."


(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 68)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Uma ideia bem bacana: liberte um livro



Infos aqui: http://luzdeluma.blogspot.com.br/2012/04/vem-ai-4-edicao-do-bookcrossing.html

Até dia 23 de abril. Este blog vai participar :)

e encarou-me por um longo momento com seus magníficos olhos atormentados

"Justine detestava ouvir a verdade. Apoiou-se num dos cotovelos e encarou-me por um longo momento com seus magníficos olhos atormentados.
- Não temos opção - retrucou, com a voz rouca que eu passara a amar tanto. - Você fala como se pudéssemos escolher. Não somos fortes ou malignos o bastante para sermos capazes de escolher. Tudo isso não passa de uma experiência conduzida por alguém, talvez pela cidade, ou por outra parte de nós mesmos. Como saber?"


(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 26)

domingo, 15 de abril de 2012

do destino

"Borges lembra, em um de seus prefácios, que o narrador deve fingir que não conhece o destino da história".

(Raimundo Carrero in: A Preparação do escritor. Ed. Iluminuras, p. 20)

sábado, 14 de abril de 2012

Hoje é meu aniversário

31 anos - cof, cof!

1981


1983 - acho






sexta-feira, 13 de abril de 2012

De como interpretamos

Arthur Théo Dirkx
"Decidi não responder à última carta de Clea. Não quero mais forçar ninguém a nada,  nem fazer promessas ou pensar na vida em termos de acordos, resoluções e alianças. Que Clea interprete meu silêncio de acordo com suas necessidades e desejos... (...) Por acaso tudo não depende de como interpretamos o silêncio que nos rodeia?".

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 227)


do compreender - Proust



"Compreendi que morrer não me seria novidade, que, ao contrário, já morrera muitas vezes desde a infância."

(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 283) 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

tempestade - Proust

"Era apenas uma ruína, porém soberba, ou, mais ainda, o empolgante espetáculo romântico de um rochedo em meio à tempestade."


(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 267) 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

espelhos - Proust

"Porque não verificamos nosso próprio aspecto, nossa própria idade, mas cada um, como um espelho, refletia os dos outros. Talvez, descobrindo-se envelhecidos, poucos sofressem tanto quanto eu. Mas, em primeiro lugar, acontece com a velhice como com a morte, certas pessoas as encaram com indiferença, não por serem corajosas, mas por terem menos imaginação."


(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 199) 

terça-feira, 10 de abril de 2012

repetiu suavemente, quase murmurando: "Eu não".


"Lembro também que certa vez ele afirmou (...) "Talvez você fique surpreso ao saber que, de certa forma, eu via grandeza em Justine. Como você sabe, existem várias formas de grandeza. Muitas delas, quando não aplicadas na arte ou na religião, fazem estragos na vida cotidiana. Aplicando seu dom ao amor, Justine equivocou-se. Sem dúvida, era má em diversos aspectos, mas eram coisas ínfimas. Também não posso dizer que ela não machucou ninguém, mas mesmo estes saíram ganhando. Justine arrancava as pessoas para fora de si mesmas. Isso machuca, e muitos se enganavam sobre a natureza dessa dor. Mas eu não." E abrindo seu notório sorriso, que misturava doçura com uma amargura indizível, repetiu suavemente, quase murmurando: "Eu não".

(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 32-33)

se reduziam à rala fita, estreita e desbotada

"Mas como outros seres a história de minhas relações se enfunava de devaneios mais ardentes , concebidos sem esperança, onde florescia com tal exuberância minha vida de então, a eles dedicada, que não chegava a entender como, efetivados, se reduziam à rala fita, estreita e desbotada, de uma intimidade fria e espaçada, sem resquícios do que lhe constituíra o mistério, a febre, a doçura."


(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 236) 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

"O modo particular como vemos o mundo é nossa ilusão particular sobre ele, diz o Sr. de Maupassant, e essa ilusão se ajusta a nossos órgãos e sentidos: nosso recipiente se torna a mobília de nosso pequeno ponto na consciência universal".

(Henry James in: A arte da ficção)

domingo, 8 de abril de 2012

estátua!



"Regra básica de qualquer viajantes: quando a gente se perde, o melhor é ficar parado no mesmo lugar até ser encontrado."
 
(Tatiana Salem Levy in: Dois rios. Ed. Record, p. 135) 

sábado, 7 de abril de 2012

Mapa da existência - M. Kundera


"Um historiador conta acontecimentos que se passaram. Por outro lado, o crime de Raskolnikov nunca existiu.  A existência não é o que aconteceu, a existência é o campo das possibilidades humanas, tudo aquilo que o homem pode tornar-se, tudo aquilo que é capaz. Os romancistas desenham o mapa da existência descobrindo essa ou aquela possibilidade humana."

(Milan Kundera in: A Arte do Romance. Ed. Nova Fronteira, p. 42)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Leitores de nós mesmos - Proust

"Na realidade, todo leitor é, quando lê, o leitor de si mesmo. A obra não passa de uma espécie de instrumento óptico oferecido ao leitor a fim de lhe ser possível discernir o que, sem ela, não teria certamente visto em si mesmo."

(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 184)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ou não - Caio F.

"Então acontecia. Na memória, anos depois, tinha a impressão de que havia um silêncio pouco antes dela começar. Um silêncio precedendo o brilho. Talvez não, só fantasias."

(ABREU, Caio Fernando. Os dragões não conhecem o paraíso, p. 25. São Paulo: Companhia das Letras, 1988)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

do sentir

Kokoschka
"Como as pessoas sentem a vida, sentirão a arte que for mais intimamente relacionada a ela".

(Henry James in: A arte da ficção. Ed. Novo Século, p. 31)

terça-feira, 3 de abril de 2012

E a inspiração?

"Entrevistadora:  O senhor mencionou a experiência, a observação e a imaginação como importantes para o escritor. A inspiração não foi incluída.
Faulkner: Não sei nada da respeito da inspiração, porque não sei o que é a inspiração - ouvi falar, mas nunca a vi."

(As entrevistas da Paris Review. Companhia das Letras, p. 25)

domingo, 1 de abril de 2012

das intenções

Domicile conjugal
"Bons sentimentos não fazem boa literatura. Afaste-se do tratamento edificante, repleto de boas intenções. A sociedade está cheia de defeitos, porém a melhor forma de propor soluções não é produzir literatura doutrinária, militante, moralista."

(Dez conselhos de Nelson de Oliveira)