sexta-feira, 19 de outubro de 2012

a exatidão do desespero


"Você disse não quando foi preciso. Sempre essa coexistência inaudita, esse balanço trágico entre uma igual energia para viver e para morrer. Sempre esse sentimento desesperado, leve, que a mantém viva, apesar de tudo. Sei que você vive com a exatidão do desespero, às vezes você esquece, você diz que o céu está azul, você diz que me ama acima de tudo no mundo, então você sorri e acredita em todas as palavras, tudo se torna verdadeiro, e nós rimos dessa loucura. Nós estamos, você e eu, diante de uma mesma linha que não atravessamos. Ficamos do lado de cá, na despreocupação dos dias de verão. Sempre, no primeiro olhar levado de um para o outro, a crueldade de tanto amor".

(Yann Andréa in: M.D. Ed. Marco Zero, p. 29)

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Imagem: Juli Jah

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