quarta-feira, 31 de outubro de 2012
nenhuma garantia
"Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia."
(Clarice Lispector in: As três experiências *conto*)
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Dragões não existem. Como escritores, músicos, pintores, filósofos...
"(...) não vou parar de escrever. É o que mantém o homem vivo, compreende? Mesmo que não seja "de porte", foi tão denso escrever Os dragões não conhecem o paraíso (Companhia das Letras, capa de Guto Lacaz) que, se não escrevesse, acho que morreria. (...) O livro fala de dragões, claro. Dragões, você sabe, são animais mitológicos. Dragões não existem. Como escritores, músicos, pintores,filósofos, ou todas essas pessoas que - loucas - querem sentir num mundo em que é ridículo sentir. (...) Daí vou sentar e autografar. Com aquela mesma paranoia de Lygia Fagundes Telles: ela sempre imagina que, em dia de lançamento, vai ficar plantada numa mesa durante horas, completamente só, feito Godot à espera de um leitor que nunca chega."
(Caio F. In: A vida gritando no cantos. Ed. Nova Fronteira, p. 153)
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012
pela ausência de ternura neste mundo
“A vida particular de um artista é diferente da nossa - ele a esconde, forçando-nos a consultar seus livros se quisermos conhecer a verdadeira origem de seus sentimentos. Por trás de todas as suas preocupações com sexo, sociedade, religião, etc. (todas as abstrações básicas que nutrem a inquietação dos hemisférios cerebrais) há simplesmente um homem torturado de forma insuportável pela ausência de ternura neste mundo.”
(Lawrence Durrel in: O Quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro, p. 226)
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(Lawrence Durrel in: O Quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro, p. 226)
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domingo, 28 de outubro de 2012
do dizer
"Deixe que eu te diga tudo, agora que já nada te posso dizer. Porque eu na era capaz de te ver igual aos outros, e passei o resto da minha vida a apagar da fita essas cenas que te estragavam a estética."
(Inês Pedrosa in: Fazes-me falta. Ed. Planeta, p. 191)
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sábado, 27 de outubro de 2012
Não escrevo, não me fecho para escrever o enorme romance do tempo reencontrado
"Esse teatro do tempo é exatamente o oposto da procura do tempo perdido; porque me lembro pateticamente, pontualmente, e não filosoficamente, discursivamente: me lembro para ser infeliz/feliz - não para compreender. Não escrevo, não me fecho para escrever o enorme romance do tempo reencontrado."
(Roland Barthes in: Fragmentos de um discurso amoroso. *Lembrança* Ed. Francisco Alves, p. 141)
Imagem: Carta a uma mulher desconhecida
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
prenúncio, premissa, promessura pressupora
"No princípio do amor existe o fim do amor, como no princípio do mundo existe o fim do mundo. (...) No princípio do amor já é amor. Melancolia e perfeita é a praça com o seu quartel amarelo e o clarim sanguíneo do meio-dia. No princípio do amor a criatura já se esconde bloqueada na terra das canções. Navios pegam fogo no mar alto, defronte da cidade obtusa, precedida de um tempo que não é o nosso tempo. No princípio do amor, sem nome ainda, o amor busca os lábios da magnólia, a virgindade infatigável da rosa, onde repousa a criatura em torno da qual é, foi, será princípio do amor, prenúncio, premissa, promessura pressupora de amor. No princípio do amor a mulher abre a janela do parque enevoado, com seus globos de luz irreais, umidade, doçura, enquanto o homem - criatura ossuda, estranha - ri como um afogado no fundo de torrentes profundas, e deixa de rir subitamente, fitando nada."
(Paulo Mendes Campos in: Cisne de feltro - crônicas autobiográficas. Crônica: Versos em prosa. Ed. Civilização Brasileira, p. 251)
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
as testemunhas do passado, quer dizer, os amigos
"Naquele momento, compreendi o único sentido que a amizade pode ter hoje. A amizade é indispensável ao homem para o bom funcionamento de sua memória. Lembrar-se do passados, carregá-lo sempre consigo, é talvez a condição necessária para conservar, como se diz, a integridade do seu eu. Para que o eu não se encolha, para que guarde seu volume, é preciso é preciso regar as lembranças como flores num vaso e essa regra exige um contato regular com as testemunhas do passado, quer dizer, com os amigos. Eles são nosso espelho; nossa memória; não exigimos nada deles, a não ser que de vez em quando lustrem esse espelho para que possamos nos olhar nele."
(Milan Kundera in: A identidade. Ed. Companhia de Bolso, p. 36)
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
do mutismo
"Dois seres que se amam, sozinhos, isolados do mundo, é muito bonito. Mas de que iriam alimentar sua convivência? Por mais desprezível que seja o mundo, precisam dele para poder conversar."
"Poderiam se calar."
(...) "Ah, não, nenhum amor sobrevive ao mutismo."
(Milan Kundera in: A identidade. Ed. Companhia de Bolso, p. 59)
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domingo, 21 de outubro de 2012
A dor não é razoável
“No íntimo, sabe muito bem que este seria o único comportamento razoável, mas a dor não quer escutar a razão, ela tem a sua própria razão, que não é razoável.”
(Milan Kundera in: A identidade. Ed. Companhia de Bolso, p. 89)
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Imagem: Casablanca
sábado, 20 de outubro de 2012
do aborrecimento
"Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos."
(Jules Renard)
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012
a exatidão do desespero
"Você disse não quando foi preciso. Sempre essa coexistência inaudita, esse balanço trágico entre uma igual energia para viver e para morrer. Sempre esse sentimento desesperado, leve, que a mantém viva, apesar de tudo. Sei que você vive com a exatidão do desespero, às vezes você esquece, você diz que o céu está azul, você diz que me ama acima de tudo no mundo, então você sorri e acredita em todas as palavras, tudo se torna verdadeiro, e nós rimos dessa loucura. Nós estamos, você e eu, diante de uma mesma linha que não atravessamos. Ficamos do lado de cá, na despreocupação dos dias de verão. Sempre, no primeiro olhar levado de um para o outro, a crueldade de tanto amor".
(Yann Andréa in: M.D. Ed. Marco Zero, p. 29)
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Imagem: Juli Jah
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
nem a banheira do Pacífico teria água bastante pra lavar o vocabulário
"(...) era pois na infância (na minha), eu não tinha dúvida, que se localizava o mundo das ideias, acabadas, perfeitas, incontestáveis, e que eu agora - na minha confusão - mal vislumbrava através da lembrança (ainda que viesse inscrito no reverso de todas elas que "a culpa melhora o homem, a culpa é um dos motores do mundo"), ao mesmo tempo em que acreditava, piamente, que as palavras - impregnadas de valores - cada uma trazia, sim, no seu bojo, um pecado original (assim como atrás de cada gesto sempre se escondia uma paixão), me ocorrendo que nem a banheira do Pacífico teria água bastante pra lavar (e serenar) o vocabulário..."
(Raduan Nassar in: Um copo de cólera. Ed. Companhia das Letras, p. 80-81)
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Imagem: André Kertész
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
sobre um chão curvo e molhado
"Uma fraca centelha de interesse intrigado fez os olhos recuarem. Depois a personalidade retirou-se da face. Olhar dentro de seus olhos era como caminhar por um longo túnel de pedra com uma luz cinzenta brilhando na outra extremidade, chapinhando cegamente através de uma terra úmida e gotejando sobre um chão curvo e molhado."
(Zelda Fitzgerald in: Esta valsa é minha. Cia das Letras, p.156)
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terça-feira, 16 de outubro de 2012
Perdoe eu não voltar como quem traz um sorriso nos lábios
"E agora tentar seguir em frente... (...) mortes precoces, secas desilusões e escassas esperanças. Não sei dizer nada cegamente luminoso para encerrar. Perdoe eu não voltar como quem traz um sorriso nos lábios e flores e frutas nas mãos."
(Caio F. in: A vida gritando nos cantos. Crônica: "Nos amávamos tanto". Ed. Nova Fronteira, p. 140. O Estado de S. Paulo, 13/1/1988)
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012
alienando-se das próprias lembranças
"Leila parecia estar se desvanecendo, recuando para as curvaturas de um mundo que seguia adiante no tempo, alienando-se das próprias lembranças".
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Mountolive. Ed. Ediouro: 2006, p. 43)
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domingo, 14 de outubro de 2012
sempre houve confusão entre ficção e filosofia
"Entrevistadora
O senhor acha que a ficção deveria transmitir lições?
Cheever
Não. A ficção se destina a iluminar, explodir, renovar. Não acho que exista qualquer filosofia moral posterior na ficção além da qualidade. Profundidade de sentimentos e agilidade sempre me pareceram muito importantes. As pessoas procuram moral na ficção porque sempre houve confusão entre ficção e filosofia.)
(As entrevistas da Paris Review Volume 2. John Cheever. Ed. Companhia das Letras, p. 96)
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sábado, 13 de outubro de 2012
identificação e projeção, nos livros
"Fazemos investimentos passionais individuais em inúmeras fantasias que elaboramos, seja de olhos abertos, seja dormitando. Podemos realmente nos comover pensando na morte de uma pessoa que amamos, ou sentir reações físicas imaginando ter com ela uma relação erótica, e igualmente, por processos de identificação e projeção, podemos nos comover com a sorte de Emma Bovary ou, como aconteceu a algumas gerações, somos levados ao suicídio pelas desventuras de Werther ou de Jacopo Ortis."
(Umberto Eco in: Sobre a literatura. Ensaio: Sobre algumas funções da linguagem. Ed. Record, p. 17)
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Imagem: A insustentável leveza do ser
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
e no susto...
"Logo depois, ficaria assustada com esse sentimento. Mas contra os sentimentos ninguém pode fazer nada, estão aí e escapam a qualquer censura. Podemos nos censurar por um ato, uma palavra pronunciada, não podemos nos censurar por um sentimento, simplesmente porque não temos nenhum poder sobre ele."
(Milan Kundera in: A identidade. Ed. Companhia de Bolso, p. 32-33)
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
do instinto
"Se a obra de arte proviesse da intenção de fazê-la, podia ser produto da vontade. Como não provém, só pode ser, essencialmente, produto do instinto."
(Fernando Pessoa)
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Imagem: Gauguin
(Fernando Pessoa)
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Algo sempre faltava - a carne, imagino, que o perfume meramente envolvia. - Lawrence Durrel
"Há pouco tempo, quando por um motivo qualquer tive dificuldades em encontrar-me com ela, senti tantas saudades que fui até Pientratoni comprar um frasco de seu perfume. Em vão. A gentil balconista espargia gotas de todas as marcas sobre minhas mãos, e vez por outra achei ter descoberto qual delas Justine usava. Mas não. Algo sempre faltava - a carne, imagino, que o perfume meramente envolvia. Faltavam as marés daquele corpo. Somente quando, tomado pelo desespero, mencionei o nome de Justine, a garota apanhou o primeiro perfume que havíamos experimentado. 'Por que não me falou logo de início?', reclamou, com um ar de mágoa profissional; seu tom de voz sugeria que todos, menos eu, sabiam qual era o perfume usado por Justine. Mas era irreconhecível. Ainda assim, fiquei surpreso ao descobrir que Jamais de la vie não estava nem entre os mais caros, nem entre os mais exóticos dos perfumes."
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 181)
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terça-feira, 9 de outubro de 2012
que liga o leitor a um livro
"Expor-se: entender que ler é, também, ser lido. Nada se assemelha ao contato silencioso e misterioso, mas intenso, que liga o leitor a um livro. Trata-se de uma experiência íntima, secreta, em que a inteligência e a sensibilidade se expandem, mas também, se apequenam."
(José Castello in: A literatura na poltrona. Ed. Record, p. 25)
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Imagem: Frank Mason
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Com afeto e mau humor - I
"- Catarina, estou fodido - Antônio olha para o teto branco.
- Essa é a mais bela declaração de amor que eu ouvi na vida - Catarina beija o ombro dele.
- Começou a acreditar em amor?
- Não foi exatamente o que eu disse, o que quis dizer... Espera - levanta-se de súbito e pega uma pilha de livros.
- Hein? Volta para cá - ele puxa o lençol para trazê-la de volta. Catarina se desvencilha, com dois passos à direita.
- Calma...
- Aonde você vai, Catarina?
- Preciso dar uma olhada no seminário vinte do Lacan - ela pega os óculos Prada ao lado do laptop.
- Lacan?! Agora?! - incrédulo diante da frase dela.
- Sim... É sobre o amor... - mexe nos livros, sem encontrar.
- Precisas de teoria para traduzir um sentimento?
- Sim, preciso sim...
Antônio esfrega as mãos no rosto. Desolador."
(Vanessa Souza e Rapha Micelli in: Com afeto e mau humor. Dentro de algum tempo, nas livrarias)
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domingo, 7 de outubro de 2012
falham as palavras
"Assim como falham as palavras quando queremos exprimir qualquer pensamento,/ Assim faltam os pensamentos quando queremos pensar qualquer realidade."
(Alberto Caeiro)
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sábado, 6 de outubro de 2012
Como podia sentir saudade se ele estava na frente dela?
"Saudade? Como podia sentir saudade se ele estava na frente dela? Como se pode sofrer com a ausência de alguém que está presente? (Jean-Marc saberia responder: pode-se sofrer de saudade na presença do amado se se entrevê um futuro em que o amado já está então, invisivelmente, presente.)"
(Milan Kundera in: A identidade. Ed. Companhia de Bolso, p. 32)
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ficções e mentiras não são a mesma coisa
"Mas é claro que ficções e mentiras não são a mesma coisa. E, no entanto, se as ficções e os poemas não nos invadissem, se não nos agitassem e viessem tumultuar nosso interior, para que mais poderiam servir? Para render direitos autorais? Para enriquecer editores e editoras? Para alimentar a fome da crítica e da imprensa literária? Para a felicidade dos livreiros?"
(José Castello in: A literatura na poltrona. Ed. Record, p. 36)
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sexta-feira, 5 de outubro de 2012
insaciável da escrita
"Como é insaciável o vício abrasivo de escrever."
(Gabriel García Márquez)
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experiência estética é secreta
"A experiência estética é secreta porque é interior; ela é pessoal porque a literatura só toma corpo na mente e nos nervos de cada leitor. Submetido ao impacto de um livro, cada leitor a ele se abre (ou se fecha) e permite (ou recusa) um golpe."
(José Castello in: A literatura na poltrona. Ed. Record, p. 34)
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Imagem: Mónica Pironi
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
teia da vida
"Não vai cortar jamais a teia da própria vida: vaidosos não se matam, medrosos também não."
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 22)
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012
tempos imemoriáveis
"Fico deitado aqui, enquanto o tempo passa, refletindo sobre isso. Toda sorte de tempo escorre pela ampulheta, "tempos imemoriáveis", "tempo devido" e "tempo perdido"; o tempo do poeta, do filósofo, da grávida, do calendário..."
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 58)
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terça-feira, 2 de outubro de 2012
Por isso preciso de tempo, dizem que tempo resolve
"Ando achando muito difícil sobreviver - essa coisa aparentemente simples, você dorme hoje, acorda amanhã, come, trabalha, faz coisas, depois dorme amanhã, acorda depois de amanhã, assim por diante. Esse encadeamento tão natural que deveria ser quase automático, e portanto sem emoção nem sustos, eu ando achando cheio de solavancos, derrapagens e, sim, cheio de sustos. Por isso preciso de tempo, dizem que tempo resolve."
(Caio F. in: a vida gritando nos cantos. Ed. Nova Fronteira, p. 96)
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ofereço-te as enxurradas de culpa que me alimentam o sangue
"Perdi o hábito de falar - escrevo emails, contigo nem sequer isso. Fazes-me falta, alguma vez te disso? Leio os Dostoievskis que tu não tiveste tempo de ler, ofereço-te as enxurradas de culpa que me alimentam o sangue numa anestesia alucinada."
(Inês Pedrosa in: Fazes-me falta. Ed. Planeta, p. 125-126)
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Cromos da memória - Cadernos de Luísa
“- Apesar das pancadas, Stan... No álbum da minha vida, alguns dos cromos mais bonitos são ilustrados contigo, conosco.
- Os poucos do meu álbum, aqueles que me lembro, têm você. O resto das páginas são variações do mesmo tema.”
(Vanessa Souza in: Cadernos de Luísa)
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seu cérebro tiquetaqueando como um despertador barato
"Cercada por seus filósofos, Justine lembra um inválido cercado de remédios - cápsulas vazias, garrafas e seringas. "Beije-a", diz Arnauti, "e perceberá que seus olhos não se fecham, mas ficam ainda mais abertos, com um ar crescente de dúvida e loucura. De tão desperta, a mente torna parcial qualquer dádiva do corpo - um pânico que responderia apenas a uma curette. À noite, escuta-se o seu cérebro tiquetaqueando como um despertador barato."
(Lawrence Durrel in: O quarteto de Alexandria - Justine. Ed. Ediouro: 2006, p. 129)
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