segunda-feira, 29 de julho de 2013

ela continuaria a viver, o que não é insignificante


"Manter a postura de um corpo, preservar a a compostura de um rosto, primeiros passos no caminho para a sobrevivência. A dor da perda está aprisionada entre as barras de aço da aparência externa. Dilacerando músculos e ossos freneticamente, e impossibilitada de fugir, inflige ferimentos de ação prolongada. Ferimentos internos que serão levados para o túmulo e que nenhuma autópsia será capaz de revelar. Lentamente, a dor se cansa e adormece, mas nunca morre. Com o passar do tempo, vai se habituando à sua prisão e um relacionamento de respeito se estabelece entre prisioneiro e carcereiro. (...) Agora a batalha de Ingrid era com a dor da perda. E embora a dor, no final, acabasse vencendo, ela continuaria a viver, o que não é insignificante."

(Josephine Hart in: Perdas e danos. Ed. BestBolso, p. 186-187)

http://www.facebook.com/vencaluisa
http://www.vemcaluisa.blogspot.com.br/

3 comentários:

  1. Nossa, que lindo! Adorei... Inspirador!

    Bjs...

    www.universodosleitores.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Lindo demais! Obrigado por trazer esses pequenos bálsamos a seus leitores!

    ResponderExcluir
  3. Sempre dói qualquer perda, mas temos que seguir adiante. Sempre.
    Adorei.

    Ótima semana!

    ResponderExcluir

So if you have something to say, say it to me now