quarta-feira, 31 de julho de 2013
quanto?
"Quanta ausência é necessária para que alguém deixe de fazer parte da gente?"
(Vanessa Souza in: Luísa)
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segunda-feira, 29 de julho de 2013
ela continuaria a viver, o que não é insignificante
"Manter a postura de um corpo, preservar a a compostura de um rosto, primeiros passos no caminho para a sobrevivência. A dor da perda está aprisionada entre as barras de aço da aparência externa. Dilacerando músculos e ossos freneticamente, e impossibilitada de fugir, inflige ferimentos de ação prolongada. Ferimentos internos que serão levados para o túmulo e que nenhuma autópsia será capaz de revelar. Lentamente, a dor se cansa e adormece, mas nunca morre. Com o passar do tempo, vai se habituando à sua prisão e um relacionamento de respeito se estabelece entre prisioneiro e carcereiro. (...) Agora a batalha de Ingrid era com a dor da perda. E embora a dor, no final, acabasse vencendo, ela continuaria a viver, o que não é insignificante."
(Josephine Hart in: Perdas e danos. Ed. BestBolso, p. 186-187)
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sábado, 27 de julho de 2013
A antessala da felicidade
"(...) para alguma coisa que ela não deixaria nem mesmo começar a acontecer, em sua fantasia, a fim de que a expectativa durasse para sempre. A antessala da felicidade."
(Adriana Lisboa in: Hanói. Ed. Alfaguara, p. 114)
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quinta-feira, 25 de julho de 2013
Ao dia do escritor
"Nas cidades, nas aldeias, em toda parte, os escritores são pessoas sós. Em toda parte, e sempre, foram assim".
(Marguerite Duras)
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Feliz dia do escritor! E obrigada, obrigada e obrigada a todos que produzem (boa) literatura no Brasil - e não só.
Com todo meu afeto e admiração,
Vanessa S.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
do não saber
"Era um horror não poder acreditar em minhas próprias palavras, mas eu não sabia mais o que dizer."
(Philip Roth in: Patrimônio. Companhia Das Letras, p. 54)
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quarta-feira, 17 de julho de 2013
Falei muito do escrito. Não sei o que seja (M. Duras)
"Um texto é um todo que avança junto, jamais se apresenta como um problema de opção. Mesmo que eu descubra no final de um livro que tal personagem amou outro tal personagem e não o que designo, não modificarei o passado do livro, o que já está escrito, mas antes seu futuro. No momento em que me dou conta de que o amor não é aquele que imagino, estou com esse novo amor, retomo com ele, não digo que o amor abandonado fosse falso, digo que está morto. (...) Falei muito do escrito. Não sei o que seja."
(Marguerite Duras in: A vida material. Ed. Globo, p. 33-34)
Imagem: The human stain
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terça-feira, 16 de julho de 2013
não apenas de sobreviver, mas de viver
"(...) e com o imperativo que se impõe a todos nós, homens ou bois, não apenas de sobreviver mas de viver, continuar dando, recebendo, alimentando, extraindo alimento, reconhecendo sem reservas, com tudo o que há nela de enigmático, a absoluta falta de sentido da existência - tudo isso foi registrado como real por dezenas de milhares de minúsculas impressões".
(Philip Roth in: A marca humana. Companhia das Letras, p. 266)
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domingo, 14 de julho de 2013
como uma exposição de fotografias
"Tentava extrair da memória outros "instantâneos", notadamente os tomados em Veneza, mas esta palavra bastava para me tornar fastidiosa como uma exposição de fotografias, e não me descobria então mais gosto, mais dons para descrever o que vira outrora do que no dia anterior para fixar imediatamente o que observava com olhos minuciosos e entediados."
(Proust in: O tempo redescoberto. Tradução de Lúcia Miguel Pereira. Ed. Globo, p. 181)
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sexta-feira, 12 de julho de 2013
a vida
"Mas aí - e não foi porque alguém disse alguma coisa ou porque ele viu alguma coisa na televisão ou porque mais uma vez chegou o Dia de Ação de Graças e ele não tinha família nenhuma, mas porque não havia alternativa para Farley, porque não havia como impedir que o passado voltasse à tona e o convocasse a agir, e exigisse dele uma reação enorme - em vez de tudo serem águas passadas, tudo estava bem à sua frente.
Mais uma vez, aquilo era a sua vida."
(Philip Roth in: A marca humana. Cia. das Letras, p. 100)
Imagem: Andrew Wyeth
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Mais uma vez, aquilo era a sua vida."
(Philip Roth in: A marca humana. Cia. das Letras, p. 100)
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sexta-feira, 5 de julho de 2013
da finalidade do romance
"(...) o romance deve mostrar, não julgar..."
(Mario Vargas Lhosa in: A orgia perpétua - Flaubert e "Madame Bovary". Ed. Francisco Alves, p. 73)
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terça-feira, 2 de julho de 2013
das palavras
"As palavras que não disse olharam para ele como velhas sisudas e descontentes, de braços cruzados sobre o peito magro, prontas a aplicar o castigo apropriado ao menor deslize."
(Adriana Lisboa in: Hanói. Ed. Alfaguara, p. 226)
Imagem: La solitudine dei numeri primi
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