segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ele a viu e pensou que precisava, com desespero, de algo em que pensar


“Ele a viu e decretou a continuidade do mundo, a extensão do tempo. A incorruptibilidade do coração, que tem seus próprios métodos e sua própria ética, como aliás qualquer músculo. Ele a viu e pensou que precisava, com desespero, de algo em que pensar.
Fazia anos que precisava de algo em que pensar e só agora se dava conta. Precisava de um território onde abrir picadas para voltar a se reconhecer. (...) Fazia anos que não sentia necessidade de amar uma mulher para além do compromisso cotidiano com a subsistência, só para evitar a chave de pescoço da solidão”.

(Azul-corvo, Adriana Lisboa, Ed. Rocco, p. 130)

5 comentários:

  1. Gostei tanto deste pedaço de texto... nem sei explicar os porquês.

    (E gosto muito do filme da imagem. Simples, mas tão amoroso :) dá gosto!)

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  2. ¨Fazia anos que não sentia necessidade de amar uma mulher para além do compromisso cotidiano...¨

    Maravilhoso, quero ser amada assim.

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  3. Ele preferiu a continuidade da sua vida, quando a viu! Tudo o que toca no coração, é chamado eternidade... Amei Vanessa! Eternidade de só querer continuar, lembrei de Caio Fernando Abreu..." Eu não sabia se parava ou voltava para atrás, era como um talvez, mas tinha que continuar!

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  4. Adorei as palavras escolhidas *-*
    Beijos

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