Acabava de cometer um erro, o tipo de imprudência que, projetada numa tela de cinema, estremece de espanto e excitação o espectador menos impressionável e lhe arranca uns gritos de alarme que só se lembra de ter dado quando criança, num remoto espetáculo de fantoches. Mas Rímini não era um cínico; ninguém aterrorizado tem tempo para o cinismo: renunciar à partilha das fotos - porque o adiamento era apenas a máscara de algo mais definitivo: uma deserção - não era uma questão de cálculo, mas de sobrevivência. Fugia.
Alan Pauls in: O passado. Cosac Naify, p. 52.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
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