terça-feira, 28 de julho de 2020

“É assim. Mas a piedade some quando de repente abro os olhos, me ergo e já sei que qualquer condescendência, especialmente de alguém consigo mesmo, é o primeiro passo para o ridículo. Como são dignas de pena as pessoas que sentem pena de si. Como sofri, diz um, eu sofri mais, diz o outro e de imediato tem indício uma competição. Se não podem se contentar em disputar riquezas e propriedades, fazem do seu vazio um latifúndio, medindo os lotes de dor, o acres de doenças e injustiças. Quem sofre mais, eu ou Anna? É claro que é Anna, mas isso não diminui em nada o que venho passando, nem o fato de a dor dela ser maior a torna mais nobre do que eu”.

(Noemi Jaffe in: O que ela sussurra. Companhia das Letras) 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

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(...) já que a única coisa em que você acreditava era naquilo que estava fazendo no momento e era por isso que conseguia manter uma alegria impossível, mesmo quando tudo anunciava o fim. 

(Noemi Jaffe in: O que ela sussurra. Companhia das Letras)